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Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2009 Lynne Graham. Todos os direitos reservados.

O DOCE SABOR DA VINGANÇA, N.º 1224 - Julho 2012

Título original: The Greek Tycoon’s Blackmailed Mistress

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Publicado em portugués em 2010

 

Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial, são reservados. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.

Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer semelhança com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência.

™ ®,Harlequin, logotipo Harlequin e Sabrina são marcas registadas por Harlequin Books S.A.

® e ™ São marcas registadas pela Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas que têm ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-0584-2

Editor responsável: Luis Pugni

 

Conversión ebook: MT Color & Diseño

www.mtcolor.es

Prólogo

 

– É uma menina encantadora – disse Drakon, enquanto observava da janela a menina que brincava nos jardins da villa do seu neto. – Recorda-me alguém. Não sei exactamente quem...

Aristandros semicerrou os seus olhos escuros. Não disse nada, embora tivesse feito a ligação genética ao ver a menina. Teria sido impossível não a fazer: aquele cabelo loiro, tão claro que quase parecia branco-prateado, e aqueles olhos azuis eram como um bilhete de identidade. O destino tinha posto nas suas mãos uma arma incrivelmente poderosa e não teria qualquer reparo na hora de a usar para conseguir o que queria. Aristandros mantinha sempre a sua consciência sob controlo. Para ele, nem o fracasso nem os prémios de consolação eram aceitáveis. Estava convencido de que triunfaria... e ganhar quase sempre implicava quebrar regras.

– Mas uma menina precisa de uma mãe – continuou o idoso Drakon, que, apesar dos seus oitenta e dois anos, se mantinha direito como uma vara. – E a tua especialidade é...

– As modelos bonitas – concluiu Aristandros por ele, consciente de que o seu avô poderia ter utilizado um adjectivo mais duro para se referir às mulheres com quem saía. – Timon quis que eu criasse a sua filha e vou fazê-lo.

– Timon era teu primo e companheiro de brincadeira, não teu irmão – replicou o seu avô, com expressão preocupada. – Estás disposto a renunciar às mulheres lindas e àquelas festas intermináveis para o bem de uma menina que nem sequer é tua?

– Tenho empregados de confiança e muito eficientes. Não creio que o impacto de Calliope na minha vida vá ser assim tão catastrófico – Aristandros nunca tinha sacrificado nada por ninguém e nem sequer conseguia imaginar-se a fazê-lo. Mas, embora não estivesse de acordo com os pontos de vista do seu avô, respeitava-o e estava disposto a ouvi-lo.

Além disso, poucos homens tinham mais direito de falar com franqueza sobre responsabilidade familiar do que Drakon Xenakis. Há muito tempo que o nome da família era sinónimo de disfunção e escândalos. Drakon culpava-se pelo facto de os seus filhos terem fracassado espectacularmente como adultos, com os seus casamentos desastrosos, vícios e aventuras. O pai de Aristandros fora o pior de todos e a sua mãe, herdeira de outra família de armadores, não ficara atrás na hora de dar mostras da sua auto-indulgência e irresponsabilidade.

– Se pensas isso, estás a subestimar a responsabilidade que enfrentas. Uma menina que perdeu os seus dois pais precisará de toda a tua atenção para se sentir segura. És viciado no trabalho, como eu era, Aristandros. Sabemos fazer dinheiro, mas não somos bons pais – disse Drakon, preocupado. – Precisas de encontrar uma esposa disposta a ser a mãe de Callie.

– O casamento não é o meu estilo – replicou Aristandros.

– O incidente a que te referes aconteceu quando tinhas vinte e cinco anos – atreveu-se a comentar Drakon.

A expressão do seu neto endureceu.

– Aquilo foi uma teimosia breve da qual recuperei depressa – replicou, encolhendo os ombros.

Mas não conseguiu evitar sentir uma onda familiar de amargura. Eli. Só tinha de pensar no seu nome para sentir raiva. Sete anos antes, tinha atribuído um preço à cabeça da única mulher que tinha amado, a única mulher que ainda não conseguira esquecer. Então, jurara que, um dia, se vingaria pelo que lhe tinha feito. O noivado que nunca acontecera... Uma recusa impensável. No entanto, não lhe fizera Eli um favor em alguns sentidos? A desilusão e a humilhação que sentira tinham feito com que Ari não voltasse a descer a guarda com outra mulher. Em vez disso, concentrara-se em apreciar os benefícios da sua riqueza fabulosa, enquanto se tornava cada vez mais duro e ambicioso.

Para além de se tornar multimilionário, o seu sucesso profissional granjeara-lhe muitas invejas e inimigos no mundo dos negócios. A franqueza com que Drakon estava a falar era uma experiência estranha para Aristandros, cujos instintos agressivos o faziam exercer uma influência poderosa e dominante sobre os outros. Muito em breve, Eli também teria de esquecer todos os seus princípios nobres e preconceitos, e começar a dançar ao ritmo da música dele. O sabor da vingança prometia ser mais doce do que o mel.

Capítulo 1

 

Eli permanecia sentada e muito quieta na elegante sala de espera. Sumida nos seus pensamentos inquietantes, quase não reparava nos olhares de admiração que recebia dos homens que passavam perto dela, o que costumava tentar ignorar. O seu cabelo loiro, quase branco, fazia com que as cabeças se virassem, tal como os seus olhos azuis brilhantes e a sua figura esbelta.

– Doutora Smithson? – perguntou a recepcionista. – O senhor Barnes vai recebê-la agora.

Eli levantou-se. Sob a sua calma aparente, um sentimento intenso de injustiça apertava-lhe o estômago. Os seus pedidos tinham sido ignorados, tal como a sensatez. Quando decidiria a sua família que já pagara o suficiente pela decisão que tomara sete anos antes? Começava a sentir que só a sua morte saldaria aquela dívida.

O senhor Barnes, o advogado que tinha consultado há duas semanas, um homem magro e alto de quarenta anos, perito em casos de custódia infantil, apertou a sua mão e convidou-a a sentar-se.

– Pedi conselho aos especialistas dessa área da lei e receio que não possa dar-lhe a resposta que quer. Quando doou óvulos à sua irmã para lhe permitir ter um filho, assinou um contrato no qual renunciava a qualquer direito que pudesse ter sobre o mesmo.

– Eu sei, mas, agora que a minha irmã e o seu marido morreram, presumo que a situação tenha mudado – disse Eli, que teve de se controlar para não mostrar a sua tensão.

– Mas não necessariamente a seu favor – respondeu Simon Barnes. – A mulher que dá à luz é considerada a mãe legal. Embora seja a mãe biológica, não pode reclamar a maternidade. Além disso, não teve contacto com a menina desde que nasceu, o que não ajuda no seu caso.

– Eu sei – ainda lhe custava assimilar que a sua irmã Susie a tivesse afastado da vida dela, assim que tivera uma filha. Nem sequer lhe tinha permitido vê-la. – Mas continuo a ser legalmente a tia de Callie.

– Sim, mas o facto de não ter sido nomeada tutora nos testamentos da sua irmã e do seu cunhado não a beneficia. O advogado deles testemunhará que os pais de Callie só estavam dispostos a nomear Aristandros Xenakis como tutor. Não se esqueça de que ele também tem laços de sangue com a menina...

– Pelo amor de Deus! Aristandros só era primo do pai dela, não era tio, nem nada parecido! – exclamou Eli, impotente.

– Um primo e amigo de toda a vida, que aceitou por escrito responsabilizar-se pela menina, muito antes do acidente que matou a sua irmã e o seu cunhado. Receio que quase não tenha hipóteses de lutar contra o pedido de custódia interposto pelo senhor Xenakis. É um homem muito rico e poderoso. Além disso, a menina é cidadã grega.

– Mas também é um homem solteiro, com uma reputação terrível de boémio! – protestou Eli. – Não creio que represente a figura ideal de pai para uma menina.

– Com esse argumento, entra num terreno muito escorregadio, doutora Smithson. Também é solteira e qualquer tribunal questionaria porque é que a sua própria família não está disposta a apoiar o seu pedido.

Eli corou perante a lembrança humilhante de estar sozinha e não contar com nenhum apoio.

– Receio que os meus parentes não tivessem coragem de dar nenhum passo que pudesse ofender Aristandros Xenakis. O meu padrasto e os meus dois meios-irmãos dependem dos seus contactos para fazerem negócios.

O advogado suspirou.

– O meu conselho é que aceite que quase não tem hipóteses de ver a menina e que qualquer tentativa de obter a sua custódia só serviria para destruir qualquer futura esperança de a conseguir.

Eli teve de fazer um esforço para conter as lágrimas que apareceram nos seus olhos.

– Está a dizer-me que não há nada a fazer?

– Acho que o mais recomendável nas suas circunstâncias seria que se encontrasse pessoalmente com Aristandros Xenakis, lhe explicasse a situação e lhe pedisse permissão para manter um contacto regular com a menina – aconselhou o senhor Barnes.

Eli tremeu ao ouvir aquilo. Aristandros odiava-a. Que esperanças poderia ter de que a ouvisse?

– Um dia, pagarás por isso – tinha-lhe jurado sete anos antes, quando ela tinha apenas vinte e um anos e estava a meio do seu curso de Medicina.

– Não reajas assim – rogara-lhe ela. – Tenta compreender.

– Não. Tu é que tens de compreender o que me fizeste – replicara Aristandros, num tom gélido. – Tratei-te com honra e respeito, e, em troca, tu insultaste-me e envergonhaste a minha família.

Deprimida, Eli saiu do escritório do advogado e encaminhou-se para o apartamento espaçoso que comprara a meias com a sua amiga Lily. Quando chegou, não estava em casa. Lily e Eli tinham-se conhecido na Faculdade de Medicina e eram grandes amigas desde então.

Como a maioria dos médicos jovens, Eli trabalhava muitas horas e quase não lhe sobrava energia para outra coisa. Ainda não tinha escolhido a cor de que ia pintar o seu quarto. Uma pilha de livros junto da cama e um piano num canto da sala de estar espaçosa revelavam como gostava de passar o seu tempo livre.

Antes de perder a coragem, telefonou para o escritório central da empresa naval Xenakis, para marcar uma reunião com Aristandros. Perguntou-se se aceitaria vê-la. Talvez por curiosidade? Sentiu um aperto no estômago perante a perspectiva de voltar a vê-lo.

Quase não conseguia recordar a rapariga que era há sete anos, quando Aristandros Xenakis lhe partira o coração. Jovem, inexperiente e ingénua, era muito mais vulnerável do que imaginava. Desde então, não conhecera outro homem, como então assumira que aconteceria. Com o tempo, tinha chegado a achar que nunca conheceria alguém com quem quisesse casar-se.

Seria esse outro motivo pelo qual tinha aceitado doar óvulos à sua irmã estéril? Susie, dois anos mais velha do que ela, tinha sofrido uma menopausa prematura quando tinha pouco mais de vinte anos e a sua única esperança de chegar a ser mãe era através da doação de óvulos. Susie viajara da Grécia até Londres, onde Eli estava a fazer o estágio num hospital muito concorrido.

Comovera Eli que Susie tivesse recorrido a ela. A verdade era que, antes daquele encontro, Susie se tinha mostrado tão distante e crítica com a sua irmã marginalizada como o resto da família. Fora agradável sentir que precisava dela e ainda mais saber que Susie preferia um bebé nascido de um dos seus óvulos e não de uma doadora anónima. Embora, como é claro, assim houvesse muito mais probabilidades de que o bebé se parecesse mais com Susie.

Eli aceitara imediatamente. Nem lhe passara pela cabeça recusar-se. Susie tinha-se casado com Timon, primo de Aristandros, e tinha um bom casamento. Eli achava que um bebé nascido daquele casal jovem teria uma vida feliz e segura. Para além de fazer exames e submeter-se ao tratamento para a doação dos seus óvulos, assinara um acordo no qual se dizia que não poderia reclamar no futuro os possíveis filhos nascidos dos mesmos.

– Acho que não pensaste o suficiente – dissera-lhe Lily, então. – Este processo não é tão claro como pareces pensar. E as repercussões emocionais? Como te sentirás quando nascer um bebé de um dos teus óvulos? Serás a mãe biológica, mas não terás direitos sobre a criança. Invejarás a tua irmã? Sentirás que o bebé é mais teu do que dela?

Eli recusara-se a aceitar que pudesse haver algum problema. Enquanto se submetia ao processo de doação, Susie dissera-lhe com frequência que seria uma tia óptima para a sua filha. Mas, surpreendentemente, rejeitara-a desde que Callie nascera. De facto, telefonara-lhe para lhe pedir que não fosse visitá-la ao hospital e também lhe exigira que a esquecesse e à sua nova família.

Custara-lhe terrivelmente, mas tentara compreender, dizendo para si que Susie se sentia instintivamente ameaçada pele fardo genético da sua bebé recém-nascida. Escrevera-lhe várias vezes para a tranquilizar, mas não obtivera resposta. Desesperada com a reviravolta dos acontecimentos, fora falar com Timon quando ele estivera em Londres por causa de questões de trabalho. Timon admitira, contrariado, que a sua esposa se sentia consumida pela insegurança por causa do papel de Eli na concepção da sua filha. Eli rogara para que o passar do tempo acalmasse as preocupações de Susie, mas, dezassete meses depois do nascimento de Callie, Timon e Susie tinham morrido num acidente terrível de carro. Eli só soubera da morte do jovem casal duas semanas depois do acidente, de maneira que nem sequer pudera assistir ao funeral.

Quando finalmente soubera da morte da sua irmã, sentira-se terrivelmente sozinha e não pela primeira vez naqueles últimos anos. O seu pai morrera pouco depois de ela nascer, de maneira que não chegara a conhecê-lo, e Jane, a sua mãe, casara-se com Theo Sardelos, seis anos depois. Eli nunca se dera bem com o seu padrasto, que era um homem de negócios grego. Theo gostava mais das mulheres para olhar para elas do que para as ouvir e, zangado, virara as costas a Eli quando se recusara a casar-se com Aristandros Xenakis. A emocionalmente frágil Jane nunca se tinha oposto às atitudes ditatoriais do seu segundo marido, de maneira que não fazia sentido recorrer ao seu apoio. Os meios-irmãos de Eli tinham ficado do lado do pai e Susie recusara-se a envolver-se no assunto.

Eli sentou-se ao piano e levantou a tampa. Refugiava-se com frequência na música quando estava à mercê das suas emoções e começara a tocar uma peça de Liszt quando o telefone tocou. Foi atender e ficou paralisada ao verificar que estava a falar com um empregado de Aristandros. Não protestou quando lhe pediu que fosse a Southampton na semana seguinte para se reunir com Aristandros no seu novo iate, o Hellenic Lady. A única coisa que sentiu foi um alívio intenso pelo facto de estar disposto a recebê-la.

No entanto, não conseguia imaginar-se a ver novamente Aristandros Xenakis e, quando Lily regressou do trabalho, abordou o assunto assim que compreendeu o que Eli planeava fazer.

– Que sentido tem que te chateies deste modo? – perguntou, com uma expressão séria, pouco habitual no seu rosto vivaz.

– Só quero ver Callie...

– Pára de mentir a ti mesma. Queres muito mais do que isso. Queres tornar-te sua mãe, mas que hipóteses tens de que Aristandros o aceite?

Eli olhou para a sua amiga, com expressão taciturna.

– E porque não haveria de aceitar? Como poderá ir às festas, tendo de cuidar de um bebé de dezoito meses?

– Pagará a alguém para que se ocupe da menina. Sabes muito bem que tem muito dinheiro – recordou-lhe Lily. – O mais provável é que te pergunte o que tens a ver com a vida dele.

Eli ficou pálida. Embora quisesse, não devia esquecer a dureza e a hostilidade que provavelmente Ari mostraria com ela.

– Alguém tem de cuidar dos interesses de Callie.

– Quem tinha mais direito do que os seus pais de o fazer? No entanto, tu estás a questionar a sua decisão de a deixarem a cargo de Aristandros. Desculpa, mas tenho de fazer de advogado do diabo – explicou Lily, com pesar.

– Susie estava encantada com a riqueza dos Xenakis – disse Eli. – Mas o dinheiro não é o mais importante para criar uma criança.

 

 

– É tão grande como um cruzeiro! – exclamou o taxista que levava Eli, enquanto espreitava pela janela para contemplar o iate enorme Hellenic Lady.

Eli pagou-lhe sem fazer nenhum comentário e saiu para o molhe.

Um jovem de uniforme aproximou-se dela.

– É a doutora Smithson? – perguntou, com curiosidade evidente. – Sou Philip. Trabalho para o senhor Xenakis. Por aqui, por favor.

Quando subiram a bordo, vários membros da tripulação cumprimentaram-na. Philip conduziu Eli para um elevador, enquanto lhe falava das maravilhas do barco. Eli mostrou-se céptica, até que se abriram as portas que davam para uma sala impressionante e opulenta, cuja vista a deixou boquiaberta.

– O senhor Xenakis estará aqui dentro de alguns minutos – informou-a Philip, enquanto a acompanhava até uma zona coberta da ponte, onde havia algumas poltronas elegantes.

Assim que Eli se sentou, um empregado aproximou-se dela e ofereceu-lhe alguma coisa para beber. Pediu um chá, acima de tudo para ter as mãos ocupadas, enquanto não paravam de aflorar lembranças indesejáveis à sua mente rebelde. A última coisa que queria recordar naquele momento era como se apaixonara por Aristandros da primeira vez que o vira. Estava a passar o Natal na Grécia, com a sua mãe e o seu padrasto, e, no breve espaço de um mês, perdeu o seu coração.

Mas o que tinha de surpreendente o que acontecera?, perguntou-se. Afinal de contas, Aristandros tinha tudo: era espectacularmente atraente, inteligente e muito rico. E ela estava há demasiado tempo concentrada nos seus estudos e perdida nos seus livros, enquanto as outras raparigas da sua idade já tinham uma vida social intensa e estavam habituadas a relacionarem-se com o sexo oposto. Durante aquele mês, atirara a sua sensatez pela janela e só vivera para Aristandros. Nada mais importava; nem as advertências da sua família sobre a reputação de mulherengo, nem os seus estudos e a carreira pela qual tanto se esforçara até então. E então, na pior altura possível, recuperara a prudência e compreendera como era absurdo imaginar um futuro de fantasia com um homem que esperava que o mundo inteiro girasse em torno dele.

Enquanto lhe serviam o chá, Eli levantou o olhar e viu Aristandros a alguns metros dela. Sentiu um aperto no estômago e a chávena tremeu ligeiramente quando lhe pegou. Quase não conseguia respirar. Aristandros usava um fato preto impecável que realçava o seu físico poderoso. A brisa agitava ligeiramente o seu cabelo preto e os seus olhos, também escuros, cintilavam ao sol. Não havia dúvida de que era um homem incrivelmente atraente. Enquanto avançava para ela com o ar de um felino à espreita, Eli envergonhou-se ao sentir o calor que lhe emanava da pélvis. Corou intensamente.

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