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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2006 Barbara Joel

© 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

O amante do sonho, n.º 785 - Março 2016

Título original: Blackhawk’s Bond

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

Publicado em português em 2008

 

Reservados todosos direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-7895-2

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S. L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Se gostou deste livro…

Capítulo Um

 

O lobo caminhava.

Ela deitou-se de costas e observou o animal a andar para trás e para a frente sobre as folhas secas espalhadas pelo bosque. O aroma intenso a humidade e a terra penetrava-a enquanto o medo se apoderava dela. Abriu a boca para gritar e pedir ajuda mas as palavras não saíram.

A mente dizia-lhe que tinha conseguido fugir. Tentou com todas as suas forças soltar-se das grossas cordas que lhe prendiam os braços.

Sentiu o pulso acelerado e voltou a olhar para o lobo, que parou e levantou a enorme cabeça. Cheirou à sua volta e uivou.

Vestidos com roupas de couro, os Elders avançaram um pouco. Os rostos deles reflectiam a exaustão. Olharam para o lobo e assentiram, numa silenciosa aprovação. Apareceu um círculo de fogo à sua volta e os Elders desvaneceram-se por entre as chamas. Chamou-os, suplicando-lhes que voltassem para a salvar.

Mas a única resposta que obteve foi um inquietante uivo.

Olhou para o lobo… não, era um homem… e aproximava-se dela por entre as chamas. Ficou sem fôlego ao ver o corpo musculoso de guerreiro daquele homem, nu, coberto apenas com uma tanga. O fogo era reflectido nos seus compridos cabelos pretos. Tinha a cara pintada de vermelho e preto. O fumo diminuiu-lhe a visão e ressoou-lhe na cabeça o som de uns tambores distantes.

O pânico apoderou-se dela quando ele se aproximou. Ela tentou mais uma vez desfazer-se das cordas que lhe atavam os pulsos mas estavam muito apertadas. Ele inclinou-se e olhou para ela com aqueles olhos da cor do céu.

– Entrega-te a mim – ordenou ele.

Ela abanou a cabeça.

– Pertences-me – disse ele, ajoelhando-se ao lado dela.

– Eu não pertenço a nenhum homem.

O homem sorriu e acariciou-lhe o ombro e o braço. Ela estremeceu.

– Entrega-te a mim – repetiu ele.

– Não – ela parou de respirar quando ele lhe segurou nas alças do vestido, baixando-as e deixando-lhe os seios expostos. O calor apoderou-se do corpo dela. Ele acariciou-lhe suavemente a garganta.

Respirou agitadamente. O medo e a excitação consumiam-na. Quando ele lhe acariciou um seio, as labaredas ficaram mais altas e mais quentes. Ele inclinou-se e ela sentiu a respiração dele a queimar-lhe o pescoço…

 

 

A tremer e quase sem conseguir respirar, Alaina Blackhawk sentou-se na cama. Olhou para a escuridão do seu quarto e levou a mão à garganta. Tinha o pulso muito acelerado.

«Foi apenas um sonho», disse a si própria. «Simplesmente um sonho.»

Mas fora tão real, tão incrivelmente real… ainda sentia o cheiro a humidade e a fumo. Ainda sentia as cordas a prenderem-lhe os pulsos e as mãos ásperas que lhe acariciavam os braços.

O seu corpo ainda ardia devido àquele desejo que não fora satisfeito.

Puxou os lençóis para si e ficou à espera até se acalmar e deixar de ter arrepios. Respirou profundamente. O medo apoderou-se dela e sentiu-o dentro da cabeça, como se fosse um pássaro sobre a sua cabeça. Conseguia até sentir o ar provocado pelo movimento das suas asas. Olhou para cima e deu-se conta que era a ventoinha. Nada mais.

Riu-se e reclinou-se novamente, tapando-se até ao queixo com o lençol. Era uma tolice assustar-se com um sonho. Disse a si própria que devia ter desfrutado dele, mesmo com aquela frase sem sentido: entrega-te a mim.

Pensou que a única coisa à qual se queria entregar era a mais algumas horas de sono.

Mas depois de ter fechado os olhos e se ter tranquilizado, inclusivamente depois de ter adormecido, continuava a ouvir o som longínquo dos tambores e o uivo solitário de um lobo…

 

 

Ninguém olhou uma segunda vez para a carrinha empoeirada que saiu da auto-estrada noventa e seis e se dirigiu para oeste. Afinal de contas, estavam no Texas e ali as carrinhas eram algo tão normal quanto o ar que respiravam. De qualquer forma, aquela não tinha nada de interessante. Não tinha uma pintura reluzente nem umas bonitas jantes. Quando a carrinha entrou na pequena povoação chamada Stone Ridge, a única coisa que as pessoas fizeram foi assentir com a cabeça e acenar amistosamente com a mão. Fariam o mesmo a qualquer pessoa que passasse por ali.

Mas quem conduzia aquela carrinha não era uma pessoa qualquer. Era D.J. Bradshaw. D.J. Bradshaw em pessoa. E se aquelas pessoas o tivessem sabido, teriam ficado boquiabertos. Não era todos os dias que o mais famoso… já para não mencionar rico… fazendeiro do estado era visto em público.

D.J. Bradshaw personificava a palavra inflexível. Era alto e tinha umas mãos grandes. Os homens diziam que ele tinha nascido para trabalhar a terra que herdara do pai. As mulheres… bom, elas achavam que aquelas mãos ásperas e aquele corpo musculado tinham nascido para algo muito mais privado.

E muito mais interessante…

Tinha o cabelo preto, os olhos azuis e a pele bronzeada pelo sol. Só de olhar uma vez para D.J. Bradshaw, as mulheres, desde a mais atrevida à mais recatada, estarias dispostas a pôr um chapéu de cowboy e montar a cavalo com ele.

As poucas sortudas que o fizeram ainda sorriam só de ouvir o nome dele.

D.J. pôs um CD de Bob Seger e pisou o acelerador, cortando o calor pesado do mês de Agosto e deixando um rasto de pó na estrada.

A vinte milhas da fronteira com o Louisiana, D.J. deixou a estrada principal para se desviar na direcção da fazenda de Stone Ridge. A paisagem era muito verde.

Quando estava sob o arco de ferro com as letras SRR viu o gado e os cavalos a pastar. Depois de uma curva, atravessou uma ponte que passava por cima de um riacho com uma corrente muito rápida.

A primeira coisa que viu foi os estábulos. Parou à frente. Lera um relatório sobre aquele lugar umas semanas antes. Eram quinhentos acres de madeira de muito boa qualidade e terra de pastorícia, com quatro trabalhadores, um capataz, uma governanta, uma pequena manada e um estábulo cheio de cavalos campeões. Apesar de a fazenda pertencer legalmente a uma senhora chamada Helena Blackhawk, eram o filho, Trey, e uma das filhas, Alaina, que se encarregavam do negócio. Tinha mais duas filhas, Alexis, que vivia em Nova Iorque, e a mais nova, Kiera, que era chefe de cozinha e vivia em Wolf River.

D.J. gostava de conhecer as pessoas com quem fazia negócios.

Estivera também a ver uma lista dos lucros e das perdas dos Stone Ridge Stables, das contas bancárias e o registo dos compradores e vendedores com os quais tinham negociado nos últimos cinco anos. Aquilo era informação de que iria precisar quando fizesse uma oferta aos Blackhawk para lhes comprar a fazenda.

Ao sair da carrinha viu a casa principal. As madressilvas subiam pelas colunas do alpendre e havia um relvado verde que se estendia a partir do terraço.

Olhou para as horas e reparou nas nuvens escuras que se avizinhavam. Queria estar novamente na carrinha antes que a tempestade começasse.

Ficou a olhar para a casa e parou ao ouvir uma mulher a cantar. A voz vinha de dentro dos estábulos. Não sabia o que estava a cantar mas era uma melodia muito doce e suave. Soava-lhe vagamente conhecida. Aquilo fez com que ele entrasse nos estábulos.

Deparou-se com as costas de uma mulher alta e magra, a escovar um cavalo preto. A mulher tinha o cabelo castanho e usava-o apanhado num rabo-de-cavalo.

«O Blue Bayou», disse para si próprio ao reconhecer a canção.

Achou que devia dizer alguma coisa ou, pelo menos, tossir ou fazer barulho com a bota. Tinha que fazer alguma coisa para que ela se desse conta que ele estava ali. Mas estava curioso e cativado pela voz daquela mulher e pela maneira como ela escovava o cavalo.

Quando ela se afastou para ir buscar uma manta, ele observou pela última vez aquela figura esbelta. Depois tossiu e aproximou-se.

Mas foi um grande erro!

Assustado, o cavalo investiu contra a porta da box. D.J. agarrou as correias mas não conseguiu evitar que o cavalo lhe fizesse um golpe no braço com o casco.

– Hoo! – D.J. segurou na correia quando o cavalo começou novamente a coicear. – Hoo!

O cavalo acalmou-se e a mulher aproximou-se para o segurar.

– Tranquilo – disse ela, firmemente, acariciando o cavalo por baixo do pescoço. – Tranquilo, rapaz.

Arfando, o cavalo acalmou-se. A mulher segurou nas rédeas e pôs-se entre D.J. e o animal.

– Já o tenho preso.

D.J. soltou as rédeas e afastou-se um pouco. Analisou a cara da mulher enquanto esta voltava a pôr o cavalo na box.

Havia algo exótico nas suas feições. Tinha a pele levemente bronzeada e os olhos de um azul tão claro quanto o céu. E a boca… Raios! Ficou durante alguns momentos entretido a olhar para aqueles lábios exuberantes. Aquele negócio era muito mais interessante do que pensara.

– Está a sangrar – disse ela.

– O quê? disse ele, olhando-a nos olhos e vendo neles preocupação.

– O seu braço – a mulher afastou-se do cavalo e olhou para D.J. – Está a sangrar.

D.J. olhou para o braço. Estivera tão distraído que não se dera conta do corte.

– Deixe-me ver – disse a mulher, aproximando-se.

– Não é…

Ela agarrou-lhe no braço. Quando ele tentou retirá-lo, ela segurou-o com força.

– Esteja quieto – disse, usando o mesmo tom de voz que usara com o cavalo. – É um corte profundo.

Franzindo o sobrolho, D.J. viu-a tirar um lenço das calças e pô-lo à volta do braço dele. Quando fez pressão, sentiu o calor da mão dela através da roupa. Sentiu uma certa emoção, era como se pequenas faíscas lhe estivessem a percorrer o braço.

 

 

Alaina Blackhawk olhou para cima de repente, encarando aquele homem que franzia o sobrolho. O coração batia-lhe com força e ficou a olhar para ele. Afastou a mão do braço dele.

– Vou buscar algo para lhe pôr aqui – disse, retrocedendo. De repente, os joelhos fraquejaram-lhe. – Eu estou… tenho antiséptico e vendas.

– Não se preocupe – respondeu, abanando a cabeça e tirando o lenço. – É apenas um arranhão.

Alaina sentiu um arrepio pela espinha.

– É isso – disse. – É só um arranhão.

Ouviu-o a perguntar algo mas ainda estava muito confusa para conseguir responder. Viu que aquele homem tinha o cabelo preto como o carvão e os olhos de um azul profundo. Tinha uma cicatriz ao lado da sobrancelha esquerda.

– Desculpe?

– Perguntei-lhe… – disse D.J., inclinando a cabeça e estudando-a – … se está bem.

– Sim, sim. Eu só me assustei.

– Desculpe – D.J. reparou que o cavalo estava inquieto dentro da box e olhou para a mulher. – Estava à procura do Trey Blackhawk.

Alaina sabia que tinha que parar de olhar para ele e que devia dizer alguma coisa… pelo menos apresentar-se. Apesar de ter sido criada praticamente num estábulo, também fora educada para ter bons modos.

Mas ela não era a única que olhava embasbacada para alguém. Quando reparou como ele lhe olhava para o pescoço, os ombros e parou durante alguns momentos nos seus seios, ficou sem respiração. Pelo amor de Deus, tinha vinte e sete anos! Já muitos homens tinham olhado para ela daquela forma. Era normal que olhassem assim para uma mulher que trabalhava e vivia rodeada sobretudo por homens. Tinha-se habituado e a maioria das vezes nem sequer pensava nisso.

Mas aquele momento não era uma dessas ocasiões.

Naquele momento, o seu corpo respondeu instintivamente. Sentiu o pulso a acelerar-se, ficou arrepiada e os seios ficaram firmes. Viu-o a levantar a vista e a olhá-la nos olhos. D.J. levantou uma sobrancelha, interrogativamente e ela teve que se conter para não sair a correr.

– Alaina – a voz do irmão assustou-a. Virou-se e viu-o aproximar-se dela. Graças a Deus! Ao ver o seu bonito irmão, o mundo voltou à normalidade.

Trey olhou para o homem que estava de pé junto à irmã.

– É o senhor Bradshaw?

– D.J. – disse o homem, aproximando-se para apertar a mão que Trey lhe estendia. – Tu deves ser o Trey.

Alaina observou os dois a apertarem as mãos. Demorou alguns instantes até se dar conta daquilo que estava a acontecer. D.J. Bradshaw? O solteiro mais cobiçado e mais rico do Texas?

– Vejo que já conheceste a minha irmã – disse Trey.

– Na verdade, não nos apresentámos. Chamas-te Alaina, não é? – disse D.J., olhando para ela.

– Senhor Bradshaw – disse ela, pondo as mãos nos bolsos e assentindo com a cabeça. Não queria correr o risco de o voltar a tocar.

– D.J. – disse, tocando no chapéu.

– O D.J. veio ver o Santana – clarificou Trey.

– O Santana? – Alaina olhou para o irmão. – Porquê?

– Houve bastantes boatos sobre o cavalo desde que o compraste ao Charley Cooper no mês passado – disse D.J., pondo o chapéu para trás. – Diz-se que dois veterinários lhe diagnosticaram uma doença grave: síndrome de dor crónica nos talões, e que queriam mandar abatê-lo.

– Essa doença já foi diagnosticada erradamente muitas vezes – fora uma sorte que ela ouvira falar de Santana e que tivesse conseguido chegar a acordo com o criador do cavalo. – O Cooper devia ter pedido uma terceira opinião.

– Estou de acordo – assentiu D.J. – Foi por isso que o meu veterinário esteve cá há dois dias.

– Desculpa? – Alaina, confusa, franziu a testa.

– O D.J. fez uma oferta pelo Santana – disse Trey. – E depende do resultado do relatório do veterinário. Tu devias estar na vila quando estiveram aqui.

– Sim, claro.

«Que coincidência!», pensou Alaina. Dois dias antes, Trey mandara-a ir aviar uma receita da mãe à vila. No entanto, manteve a compostura.

– Trey, posso falar contigo, por favor?

– Mais tarde, Al – respondeu ele, abanando a cabeça.

– É melhor que o façamos agora.

– Alaina…

– Estejam à vontade – D.J. encolheu os ombros. – Eu posso esperar.

– Obrigada – disse Alaina, antes de sair do estábulo.

Quando teve a certeza que não a poderia ouvir, virou-se para o irmão.

– Por não me disseste?

– O quê? Do Bradshaw ou do Santana?

– Raios, Trey, não faças de mim parva – disse ela, contendo a sua zanga. – Sabias como eu iria reagir.

– Foi precisamente por isso que não te disse – Trey cruzou os braços e olhou para a irmã. – Isto é um negócio, Alaina. Não tenho tempo para estas coisas.

– Sabes perfeitamente que eu ainda estou a trabalhar com o Santana.

– Disseste-me que a pata dele estava curada. Se o veterinário do Bradshaw for da mesma opinião, então, teremos vendido um cavalo. Caso te tenhas esquecido, Al, é isso que nós fazemos: vender cavalos.

– Caso te tenhas esquecido… – Alaina fechou os pulsos, com raiva – sou eu que decide se os cavalos estão preparados para serem vendidos. E, sim, a pata dele está curada mas ele ainda não está preparado.

– Não está preparado? – perguntou Trey. – Não serás tu que não está preparada?

– Isto não é justo, Trey – disse Alaina mas arrependida de ter discutido aquilo.

– Não se trata do que é justo ou injusto. Isto é um negócio. Se o Bradshaw quiser o cavalo agora, leva-o.

– Preciso apenas de mais algumas semanas antes de…

– Se ele fizer uma oferta, o acordo estará feito. Portanto, ou ficamos aqui a perder tempo, ou aceitas isso e segues em frente.

– Para ti não há problema, não é?… seguir em frente – disse Alaina, sem conseguir conter o sarcasmo mas depois desejou não ter dito aquilo.

– Alguém tem que o fazer nesta família. Temos uma fazenda, Alaina. As contas não se pagam quando se tem a cabeça nas nuvens.

– É isso que achas que eu faço aqui? Tenho a cabeça nas nuvens?

Os lábios de Trey ficaram com uma expressão dura mas ele não teve tempo de responder antes de se ouvir um trovão. Tinham estado tão concentrados na discussão que não se tinham dado conta que se avizinhava uma tempestade.

Suspirando, Trey tirou o chapéu e passou a mãos pelo cabelo.

– Ninguém trabalha com mais afinco do que tu, mana – disse, em voz baixa. – Eu sei porque é que o Santana é especial para ti mas por vezes, mesmo sem o quereres, tens que deixar que as coisas sigam o seu curso.

Dizendo isso, Trey afastou-se. Alaina ia chamá-lo para que ele voltasse mas nessa altura reparou que D.J. estava de pé à porta do estábulo.

Quando se soubesse que os Stone Ridge Stables tinham vendido um cavalo a Bradshaw, isso atrairia compradores de todas as partes do mundo.

Bradshaw tinha esse tipo de prestígio e poder.

Alaina não se importava com nada daquilo mas Trey sim. E ela importava-se com ele. Podiam discutir e dizer coisas um ao outro que magoavam mas ela gostava muito dele.

Perguntou a si própria se conseguiria deixar partir Santana como o seu irmão lhe dissera para fazer.

Viu-o juntar-se a Bradshaw e a voltarem a entrar nos estábulos. Fechou os olhos e respirou profundamente. Sabia que tinha tanta possibilidade de evitar aquela venda quanto evitar que chovesse naquele dia.