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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 1998 Lori Foster

© 2018 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Rendida ao amor, n.º 413 - agosto 2018

Título original: Tantalizing

Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-9188-775-1

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Créditos

Sumário

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Epílogo

Se gostou deste livro…

Capítulo Um

 

 

 

 

 

Josie Jackson percorreu a ruidosa sala a puxar pela bainha da mini-saia. Quase totalmente às escuras e com o fumo dos cigarros, era praticamente impossível ver o fim do balcão, mas finalmente descobriu um homem que estava de costas para ela, sentado no último banco, justamente onde esperava que estivesse.

«Descarada», disse para si própria, tentando meter-se no papel que precisava de interpretar. «Atrevida, sensual, segura». Meteria tanto medo ao homem que fugiria dela, assustado.

Josie escolhera aquele concorrido local de encontro para solteiros com a esperança de que assim poria fim ao assunto, mas, para a sua surpresa, ele gostara da sua escolha. A sua irmã tinha dito que ele era perfeito para ela e isso queria dizer que Josie não ia gostar dele. Susan descrevera-o como sendo responsável e maduro.

Josie estava cansada que a sua irmã lhe preparasse encontros com desconhecidos e ainda mais farta do tipo de homens que ela pensava que lhe convinham: antiquados, formais e demasiado preocupados com as aparências. O tipo de homem que não combinava com o romantismo nem com as emoções, que só deseja encontrar alguém adequado para casar e continuar com a sua vida aborrecida.

Ela tinha agora vinte e cinco anos e passara a maior parte da sua vida a seguir os seus objectivos e a fazer o que a sua irmã queria que fizesse.

Bom, já alcançara aquelas metas e agora estava na altura de passar a outras coisas.

Merecia um pouco de diversão. Bob Morrison poderia desejar uma bonita casa num agradável bairro residencial, mas Josie tinha outros planos e, se o lugar que escolhera para o encontro não o assustara, o que faria a seguir seria suficiente para que fugisse a correr.

Aproximou-se lentamente dele. Ouviu um assobio atrás dela e sentiu que ruborizava. O que sentiu em seguida, uma palmada no seu traseiro, esteve quase a fazê-la desistir, mas olhou fixamente para o culpado e manteve-se erguida sobre os seus saltos altíssimos. Custou-lhe bastante, dado que estava habituada a saltos rasos e a sapatos confortáveis de sola de borracha, mas ela era capaz de fazer aquilo...

Os seus pensamentos ficaram em suspenso quando ele se virou.

«Deus do céu!», olhou para ele e ficou sem respiração. «Não parece ser ele, com aquelas calças de ganga justas e o polo preto. Não pode ser ele».

Parecia demasiado... perfeito, demasiado atraente e masculino. Definitivamente sensual. Poderia o destino ser tão cruel para lhe trazer um homem tão atraente?

Obrigou-se a si mesma a dar outro passo, superando a dificuldade da mini-saia apertada e dos saltos altos.

– Bob? Bob Morrison?

Os seus olhos eram escuros, quase negros, tal como o brilhante cabelo que lhe caía sobre as sobrancelhas. O seu olhar percorreu as pernas nuas de Josie, parando sobre o seu ventre e os seus seios e, por fim, chegando ao seu rosto. Respirou fundo, aparentemente tão impressionado como ela. Josie esperava que de um momento para o outro ele fizesse ou dissesse algo que demonstraria que os seus receios eram fundados, que ele não era o que ela procurava num homem, que era só a intenção de Susan domesticar a sua vida.

Mas ele levantou-se, quase dois metros de homem vibrante, e sorriu. Aquele sorriso poderia ser letal. O homem desprendia encanto e era tudo menos rígido e pomposo, ela começava a sentir-se como um pedaço de gelatina por dentro.

Ele estendeu a mão, uma mão grande que parecia engolir a dela com a sua força e calor. E, com uma voz das que inspiram fantasias, declarou:

– Sou... Bob. Muito prazer em conhecer-te, Josie.

Ele não costumava mentir.

Nick Harris observou a bonita mulher que estava diante dele e perdoou-se a si próprio. Precisava de mentir, dado que à sua frente estava a mais bela e sensual mulher que alguma vez imaginara. Estava tão perto e, no entanto, não era para ele. Diria cem mentiras para impedir que se fosse embora. Claro que Bob não ia gostar que alguém se fizesse passar por ele, mas Bob não tinha querido saber nada dela. Sentira-se mais atraído pela sua irmã, aquela mulher tão formal que planeara o encontro. O que Bob vira em Susan Jackson, Nick não conseguia perceber, mas ficara contente por isso. E era por isso que estava ali sentado num sábado à noite, pronto para oferecer as suas desculpas por Bob não ter conseguido comparecer.

Graças a Deus que aceitara fazer aquilo, se não tivesse aceitado, não a teria conhecido e ela valia os bilhetes para o futebol que ele perdera. De facto, valia a pena abandonar todos os desportos por ela.

Com os seus olhos verdes muito abertos e a sua suave boca entreaberta, ela parecia tão surpreendida como ele. Tinha os lábios pintados de vermelho brilhante e vislumbrava a sua língua cor-de-rosa por entre os lábios.

– Não te queres sentar? – inquiriu ele.

Normalmente, tinha fama de ser um cavalheiro, um homem são, razoável e inteligente e muito capaz de ser encantador, mas sentia-se como se lhe tivessem batido na cabeça. E sentiu-se pior quando ela atirou a sua cabeleira ruiva sobre os seus ombros e aproximou o seu traseiro do banco que estava ao lado do dele. Aquele traseiro manteve-o enfeitiçado por uns momentos até que, por fim, conseguiu afastar o seu olhar. A sua saia curta revelava coxas esbeltas. Cruzou as pernas, balançando os seus saltos altos. Nick engoliu em seco e disse para si mesmo que não podia deixar que ela percebesse como o afectava.

– Queres beber alguma coisa?

Ela hesitou, mas abanou a cabeça. Aqueles olhos verdes brincavam com ele e faziam com que os seus músculos palpitassem.

– Faço muitas coisas, mas beber não é uma delas.

Nick demorou um segundo em recuperar do olhar e das palavras provocantes dela. Esperava tê-las interpretado bem.

– Por motivos religiosos? Dieta?

Ela pestanejou e os seus lábios curvaram-se.

– Gosto de manter o controlo. Gosto de saber o que faço, como o faço e com quem o faço. O álcool apaga as coisas.

Enquanto falava, um ligeiro rubor partiu das suas faces, atravessou a garganta até chegar ao seu insinuante decote. Tinha pequenas sardas sobre a pele que o faziam imaginar onde teria outras. Ouvira falar muito das ruivas, mas sempre pensara que era fantasia. Agora era o momento de voltar a considerar o assunto. Aquela ruiva parecia emanar sensualidade por todos os poros da sua pele e ele sentia a temperatura subir só de olhar para ela.

Teria que começar a controlar-se se quisesse sobreviver. Nunca permitira a uma mulher levar as rédeas. Nunca desde que fora um adolescente deixara que a sua madrasta controlasse a sua vida e não tencionava que aquela pequena mulher, por muito atraente que fosse, controlasse a situação, agora.

Deixara-o surpreendido, mas agora já estava habituado a olhar para ela, a respirar o seu aroma, a ouvir a sua voz calma e rouca. Ela olhava para ele com timidez, mas não podia ser tímida, não com o aspecto que tinha. Talvez se sentisse tão atraída como ele. Assim Nick saberia que não se estava a afogar sozinho.

 

 

Pediu dois refrescos e depois, lentamente, dando-lhe tempo para retirar se o desejasse, deslizou a sua mão sobre a dela, que estava pousada no balcão. Os seus olhos abriram-se mais, mas não retirou a mão. A sua mão era esbelta e frágil. Estava fria e Nick pensou se seria dos nervos ou do frio.

– Não és exactamente o que eu esperava – declarou.

Dado os gostos de Bob em matéria de mulheres, esperava encontrar uma mulher do tipo de Susan, a irmã, que podia congelar um homem só com o olhar. Nick não gostara dela desde o início, quando tinha ido à agência para contratar uma campanha de publicidade.

Susan conseguia distinguir um mulherengo a quilómetros de distância, por isso, tinham decidido que Bob trabalharia com ela. Quando Bob lhe contara sobre o encontro, imaginara que a irmã seria igual a ela, fria e crítica.

Esperava uma mulher de olhos e cabelos castanhos, sem personalidade e bem comportada.

Mas Josie Jackson não era nada parecida com a sua irmã e Nick ficou contente por Bob não ter querido ir ao encontro.

Aquele pensamento fê-lo sorrir.

– O imprevisto faz-te sorrir?

Parecia desconcertada e ele riu.

– Neste caso, sim. És uma surpresa agradável.

Uns pequenos dentes brancos morderam o lábio inferior. Nick desejou que fosse o seu lábio a ser mordido...

– Tu também não és o que esperava. Normalmente, a minha irmã arranja-me encontros com homens vestidos de fato, muito sérios e com ideias antiquadas. Sempre preocupados pelas suas responsabilidades, os seus negócios e a sua aparência. Mas tu não és assim, pois não?

Dissera-lho com um ar de desafio e Nick riu.

Os negócios e as responsabilidades não lhe interessavam e esperava que ela, ao vê-lo, não pensasse que lhe preocupavam as aparências. Nunca o preocuparam. A Bob sim, mas ele não era Bob.

– Nunca ninguém me acusou de ser assim.

Isso era verdade, Bob sempre o acusava de ter falta de responsabilidade e formalidade. A formalidade fora uma especialidade da sua madrasta, por isso, detestava-a. Acreditava que era preciso manter o negócio seguro, mas sem que isso se apoderasse da sua vida.

Evidentemente, Josie concordava com ele, embora se sentisse desconcertada pela sua resposta. Interessante.

Nick precisava de tê-la nos seus braços, desesperadamente. Levantou-se.

– Vamos dançar.

Ela levantou-se com uma expressão cómica no rosto.

Tentou retirar a sua mão, mas ele estava a segurá-la com firmeza.

– O que é? Também não danças?

– Também?

– Como não bebes.

Acariciou-lhe a palma da mão, acalmando-a. Não a queria assustar, mas se não a segurasse nos seus braços, iria explodir. Nunca se sentira assim!

– Claro que danço – declarou ela, olhando na direcção dos seus pés. – Mas não costumo dançar com saltos tão altos como estes.

– Não te vou deixar cair. Prometo.

Ela não negou. A pista estava cheia de casais a dançar. Nick utilizou isso como desculpa para a apertar contra ele e sentiu-a desde a coxa até aos seios, enquanto a segurava só com um braço que rodeava a sua cintura esbelta. O seu tacto era celestial, quente e suave, e começou a sentir o princípio de uma erecção. As suas coxas ficaram tensas.

Mesmo de saltos altos era pequena. Nick podia pousar o queixo sobre a sua cabeça, sentindo a suavidade daquele cabelo. Como seria senti-lo sobre o seu tronco, sobre o seu ventre? Cerrou os dentes contra a crescente necessidade. A reacção que ela lhe provocava era quase cómica.

Mas era como se a sua própria fantasia privada tivesse aparecido diante dos seus olhos. Desde as longas pestanas, passando pelas suas esbeltas pernas, não podia imaginar uma mulher mais sensual ou atraente do que ela.

O pior era o seu rubor, que insinuava certa inocência misturada com sexualidade carnal.

Aproximou-se mais dela. Os seios faziam pressão sobre as suas costelas, as suas coxas contra as dele. Ela suspirou e os lábios dele tocaram no seu ouvido e inalou a sua fragrância.

– Descontrai-te que eu seguro-te.

Pensou o que é que podia fazer para manter Bob e Susan fora do assunto. Evidentemente, Susan não aprovaria que Nick saísse com a sua irmã.

Mostrara o seu desagrado abertamente. Só falara quinze minutos com Nick e dissera-lhe imediatamente o que pensava dele; talvez tivesse sido demasiado brusco, mas as mulheres agressivas como Susan Jackson irritavam-no. Faziam-no lembrar a sua madrasta que tinha sido a mulher mais mandona do mundo.

Quando deveria dizer a Josie quem era na realidade?

Bob dissera-lhe que ela não iria gostar de que ele cancelasse o encontro, que era um patinho feio que precisava que a sua irmã organizasse a sua vida social, devido ao seu caracter tímido e a uma profissão absorvente. Mas a mulher que se mexia suavemente contra ele era tudo menos isso.

Havia a possibilidade de que Bob quisesse encontrar-se com ela, quando percebesse o que estava a perder, mas Nick não lho permitiria. As circunstâncias tinham feito com que ele a encontrasse primeiro e não a pensava deixar fugir. Bob podia ficar com Susan e até casar com ela, o que era totalmente incompreensível para Nick, quando havia mulheres como aquela que tinha nos seus braços.

Colocando o seu pé entre os dela, conseguiu insinuar-se mais perto do corpo de Josie. Ela deu um salto, mas aceitou-o. Nick sentiu o incrível calor do seu corpo e a fricção da sua perna, cada vez que se mexiam. As sensações fizeram-no tremer. Com uma volta, dobrando um pouco o joelho, teve-a praticamente sentada sobre a sua coxa. Ela suspirou e os seus seios endureceram. O coração de Nick acelerou.

– Estou contente por ter vindo esta noite.

Com a excitação, as suas palavras soaram graves e roucas, mas queria que ela soubesse que se sentia agradecido a Bob por o ter encarregue de se encontrar com ela. As coisas iriam complicar-se, tinha a certeza disso, mas não queria que ela interpretasse mal os seus motivos.

O sorriso dela, paralisou-o.

– Sabes, pensei que este lugar te horrorizaria – declarou Josie.

Nick olhou à sua volta. O local estava cheio de solteiros. Não gostava muito, mas também não o horrorizava. Estava situado na margem do rio, tinha um restaurante com bar e pista de dança e era um local de encontro muito frequentado.

– Porquê? – inquiriu Nick.

Tinham que gritar para se ouvirem, por isso, Nick levou-a mais para um canto e longe do caos. Queria falar com ela e perceber o contraste entre o seu aspecto e os seus sorrisos tímidos. Queria saboreá-la mais profundamente.

– Pelo que a minha irmã me disse de ti, pensei que serias mais apagado.

Bob era apagado. Meu Deus, Bob estava quase morto de apagado. Ele era Bob, com preocupação, inquiriu:

– Que outra coisa disse a tua irmã de mim?

– Que eras leal.

– Leal? Nem que tivesse estado a falar de um cão.

O riso dela fê-lo mudar de ideias e levou-a para o terraço. Estavam no início de Setembro e já estava fresco, isso fazia com que o terraço estivesse quase vazio. Assim que saíram, ele soltou-a. Josie abraçou-se a si própria para aquecer. Debaixo do terraço, as luzes dos carros brilhavam. O trânsito inundava o estacionamento e as ruas dos arredores. Ao longe, ouviam-se os ecos das sirenes dos barcos e algumas pessoas amontoavam-se na porta, uns para entrar e outros para sair. Ouviam-se as suas vozes em surdina, afogadas pela música. Nick virou-se para Josie, olhou para o seus olhos a brilharem na escuridão e para os cabelos que esvoaçavam ao vento. Agarrou numa madeixa e acariciou-a entre os dedos.

– Ficas desiludida por não ser leal?

– Não o és?

– Não.

Deveria ser sincero. E a sua atitude perante a vida era algo que nunca ocultava a uma mulher.

– Sou seguro, de fiar. Não precisas de ter medo.

Ela sorriu e ele continuou a brincar com o seu cabelo.

– Sou um bom rapaz. Mas não sou o tipo de homem de quem gostarias de depender, Josie.

– És divertido? – inquiriu ela, observando-o com atenção.

A viva imagem da tentação estava diante dele, olhando-o com olhos imensos só a um centímetro do seu corpo. Sentiu a suavidade do seu rosto nos seus dedos.

– Queres que seja divertido?

Ela apoiou-se contra o corrimão. Fechou os olhos e inclinou-se, arqueando as costas e deixando que o vento a despenteasse.

– Sim, acho que mereço um pouco de divertimento. Quero fazer coisas que nunca fiz e ver coisas que nunca vi. Quero deixar o trabalho de parte e desfrutar da vida para variar...

Observando a sua postura, o seu traseiro com a saia curta, quase de pontas sobre os saltos altos, com o cabelo ruivo sobre as costas...

Não conseguiu resistir.

Colocou-se atrás dela, cobrindo-lhe as pernas com as dele, e premiu as suas coxas contra o seu traseiro. Sentiria a sua erecção, mas tanto fazia.

Com um ligeiro empurrão, ela fez-lhe notar a sua surpresa... e o seu interesse.

Nick inclinou-se e beijou-lhe o pescoço. Falou-lhe num íntimo murmúrio.

– Posso mostrar-te muitas maneiras de te divertires, Josie.

Por um instante, pensou que ela o ia rejeitar, mas recostou a cabeça sobre o seu tronco e virou-se de lado para que Nick saboreasse o calor doce da sua pele. A sua língua deixava um rasto húmido de beijos que a faziam estremecer. Pousou a sua mão sobre o ventre dela e sentiu como o seu pulso era frenético, uma espiral de prazer crescia dentro dele.

– Sim.

A palavra transformara-se num gemido e Nick não teve a certeza de o ter ouvido.

– Josie?

Virando-se no espaço estreito entre o corrimão e os braços dele, Josie sorriu nervosamente e repetiu:

– Sim, mostra-me.

A excitação fervilhava. O corpo dele palpitava com calor sexual. Inclinou-se lentamente, mantendo-a presa pelo seu olhar. A respiração ofegante dela confirmava que estava tão excitada como ele. As suas bocas encontraram-se e ela rodeou o pescoço dele com as mãos.

Os seus lábios sabiam a cereja. Ela tentou beijá-lo, mas ele agarrou suavemente no seu lábio inferior com os dentes e brincou com ele, até deixá-lo cheio de desejo e suplicante por um beijo.

As suas línguas tocaram-se e, incapaz de resistir mais um segundo, Nick cobriu a boca de Josie. Estava tão doce, tão quente.

E só levou trinta segundos do delicioso beijo para perceber que era incrivelmente inocente.

Não devolvia os seus beijos nem as suas carícias. Aceitava-as com um ar de surpresa e expectativa. Ele tomava a iniciativa e ela não sabia como o seguir.

Nick afastou-se ofegante e voltou a percorrê-la com o olhar: a sua saia curta, a sua blusa decotada, o seu cabelo selvagem e aquele sorriso tímido que o convidava. Convidava-o a quê? O coração dele batia contra as costelas. Praguejou em silêncio, frustrado.

Josie Jackson era uma fraude. Apesar da aparência, das palavras e dos gestos sedutores, era mais para Bob do que para ele. Mas essa ideia tornava-o furioso. Jurou a si mesmo que Bob nunca lhe tocaria. Ele não o permitiria.

Conhecia as mulheres. Observava-as desde a sua adolescência.

Adorava-as, mas graças à sua mãe e à sua madrasta, sabia como podiam ser manipuladoras.

Aquela rapariga estava a tramar alguma coisa, mas nunca ninguém acusara Nick de recusar um desafio... e muito menos um tão tentador.

– Os dois sabemos o que queremos, por isso, porque é que não saímos daqui e vamos para um lugar calmo?

Esperava que ela negasse, que ficasse escandalizada. Então, explicar-lhe-ia e poderiam começar novamente do zero, dando tempo para se conhecerem um ao outro. E, por uns instantes, parecia que ia rejeitá-lo.

Mas aceitou, surpreendendo-o.

– Indica o caminho – murmurou, timidamente.

Oh, sim, indicar-lhe-ia o caminho. Directos à loucura. Não estava habituado a ir para a cama precipitadamente com nenhuma mulher e, muito menos, passado uns minutos de a ter conhecido. Não era um parvo, mas agarrou na mão que ela lhe estendia e dirigiram-se para a saída. A excitação rugia no seu corpo.

A excitação e o convencimento de que estava a cometer um erro táctico que lamentaria para o resto da sua vida. Mas que não sabia como evitar.