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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 1998 Grace Green

© 2019 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

À procura de uma oportunidade, n.º 595 - novembro 2019

Título original: New Year... New Family

Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-1328-582-5

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Créditos

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Epílogo

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Capítulo 1

 

 

 

 

 

– A festa está óptima!

Zack Alexander fez um esforço para sorrir ao convidado que o saudava, levantando o copo de uísque que tinha na mão.

– Obrigado. Fico contente por saber que estás a divertir-te.

Todos pareciam estar a divertir-se naquela festa ruidosa. Todos, excepto o anfitrião Zack que estava chateado e desejava que os convidados se fossem embora.

Especialmente a voluptuosa ruiva que dez minutos antes se tinha colado a ele como um polvo. Zack fez um novo esforço para se livrar dos tentáculos da… como se chamava ela? Melissa, Clarissa, Alyssia?

– Querida, vais ter de me desculpar, mas acho que o telefone está a tocar – murmurou, tentando safar-se. Sem ligar àquelas palavras, a ruiva deslizou as mãos por debaixo do cós das calças dele e, com todo o descaramento, puxou-lhe a fralda da camisa para fora. – Desculpa, Melissa – repetiu ele, afastando-a. – Tenho de atender o telefone… Pode ser um telefonema importante, alguém da minha empresa.

– Chamo-me Alyssia! – disse a mulher, quando ele lhe virou as costas.

Zack levantou os olhos para o céu e entrou no escritório, fechando a porta atrás de si.

Mentira, naturalmente. O telefone não tocara. Além disso, Jerry Macinaw, o gerente da empresa de electrónica Alexander nunca telefonava ao patrão para casa.

Mas alguém deixara uma mensagem no gravador de chamadas, porque a luzinha vermelha estava intermitente.

– Senhor Alexander, chamo-me Donna – dizia uma voz de mulher. – São cinco e meia de quinta-feira, dezassete de Dezembro. Estou a telefonar da parte de Tyler Braddock do escritório de advogados Braddock & Black. O doutor Braddock queria marcar um encontro consigo, às onze horas de amanhã, no escritório dele, para tratar de um assunto urgente. Podia deixar-nos uma mensagem de confirmação? Muito obrigada.

A mulher dava em seguida um número de telefone e as indicações para chegar aos escritórios da Braddock & Black.

Tyler Braddock? Nunca ouvira falar daquele homem.

Zack passou a mão pelo cabelo preto, enquanto com a outra marcava o número de telefone.

 

 

Os olhos azuis de Lauren Alexander brilhavam de satisfação, ao entrar no luxuoso vestíbulo do seu apartamento.

Uma hora antes tinham-lhe oferecido uma promoção na empresa. Além disso, o seu patrão, Jack Perrini, da seguradora Seguros Perrini, tinha-lhe dado duas semanas para pensar na proposta. Como se fosse preciso pensar! Mas ele insistira.

– Não tiras férias há três anos – dissera-lhe. – E depois do Natal serás a nova directora dos nossos escritórios em Toronto.

Lauren só tivera a certeza daquela promoção no último minuto, porque o lugar era disputado entre ela e Ângela Marwick. Embora as percentagens de venda da outra candidata fossem tão boas como as suas, Ângela tinha um filho de dois anos e Jack Perrini tinha referido no conselho de Administração que seria melhor que esse posto fosse preenchido por uma mulher que pudesse dedicar-se à empresa vinte e quatro horas por dia.

E Lauren Alexander fora a escolhida.

Lauren despiu o casaco e entrou alegremente na cozinha para tirar do frigorífico uma garrafa de champanhe que comprara especialmente para a ocasião.

– Ao êxito! – brindou, olhando para o espumoso líquido que burbulhava na taça de cristal.

O brinde soava oco na solitária cozinha de paredes brancas.

Lauren afastou aquele pensamento da cabeça e, com a taça na mão, começou a passear pelo apartamento, gozando a paz e o silêncio que se respiravam, admirando a sofisticada decoração, apreciando a vista panorâmica de Vancouver.

Quando voltou à cozinha, viu que a luzinha do gravador de chamadas estava acesa e carregou no botão.

– Menina Alexander, chamo-me Donna – dizia uma voz de mulher. – São cinco e meia de quinta-feira, dezassete de Dezembro. Estou a telefonar-lhe da parte de Tyler Braddock do escritório de advogados Braddock & Black. O doutor Braddock queria falar consigo amanhã às onze horas no escritório dele para tratar de um assunto urgente. Poderia deixar-nos uma mensagem a confirmar? Muito obrigada.

Depois disso, a mulher dava um número de telefone e deixava as indicações para se chegar aos escritórios do patrão.

Tyler Braddock. Nunca ouvira falar daquele homem.

Lauren passou uma mão pelo cabelo louro enquanto com a outra marcava o número de telefone.

 

 

Faltavam cinco minutos para as onze horas de sexta-feira, dezoito de Dezembro, quando Zack Alexander chegava no seu Porsche metalizado ao estacionamento de Braddock & Black. À sua esquerda, um Mercedes branco estacionara dez segundos antes dele.

Enquanto desligava o carro, a condutora do Mercedes saía do carro e dirigia-se num passo seguro para a porta do edifício.

Zack apenas teve oportunidade de ver um cabelo louro-cinza severamente apanhado num carrapito, um casaco preto e umas meias claras antes de sair do carro e de se dirigir calmamente para os escritórios, sentindo prazer com o ar gelado que lhe batia na cara.

O vestíbulo do edifício estava deserto. Zack dirigiu-se para os elevadores e, ao virar a cabeça, viu as costas da loura desaparecerem na casa de banho das senhoras.

Provavelmente para verificar se nem um cabelo tinha saído do lugar, pensou. Pela sua forma arrogante de andar, imaginava que era uma snob. E nada incomodava tanto Zack como uma mulher presumida.

Impaciente, esperava que um dos elevadores se dignasse a descer e quando, por fim, as portas se abriram à sua frente, Zack entrou e carregou no botão do décimo nono andar.

As portas fechavam-se, quando ouviu o barulho de uns saltos no corredor.

– Espere! – ouviu dizer a voz de uma mulher. Zack obedeceu e carregou no botão de abertura das portas. A loura entrou no elevador murmurando umas palavras de agradecimento.

– Para que andar vai? – perguntou ele, sem a olhar.

– Para o décimo nono.

Com que então iam para o mesmo andar. Seria advogada? Trabalharia para a empresa Braddock & Black? Zack interrogava-se desta forma.

Perfume feminino flutuava no elevador. O aroma era sofisticado e caro. Muito adequado para uma mulher como aquela.

De repente, Zack sentiu-se tentado a olhá-la. Mas resistiu. A loura não era o seu tipo, sabia-o pelo perfume. Demasiado fria, demasiado distante… ele preferia as mulheres mais apaixonadas, mais românticas.

Metendo as mãos nos bolsos do seu casaco, apoiou-se na parede do elevador e manteve o olhar fixo no painel dos botões… cinco, seis, sete…

 

 

Lauren olhava para as costas do seu marido.

Do seu antigo marido, corrigiu-se a si própria.

Tinham passado mais de três anos desde que ela o tinha deixado. Mais de três anos sem o ver. Que perversa volta dera o destino que os juntara de novo naquele momento?, interrogava-se.

Zack não se apercebera de que era ela. Ainda. Mas vê-la-ia quando as portas se abrissem.

Lauren tentava afastar o olhar do homem, mas o seus olhos pareciam cravados nos traços que recordava tão bem, desde o cabelo preto até aos largos ombros, as comprida e fortes pernas ou os sapatos número quarenta e dois. O casaco de cabedal era novo, as calças de ganga, usadas, e os sapatos de camurça, impecáveis. O pacote completo era a fantasia de qualquer mulher.

Ele assobiava baixinho, um hábito que ela criticara muitas vezes, chegando a zangar-se com ele. As recordações enchiam o seu coração, mas Lauren tentava afastá-las.

Nesse momento, as portas do elevador abriram-se.

Com as pernas trémulas, Lauren avançou tentando ocultar o rosto. Quando viviam juntos, nunca apanhava o cabelo num carrapito sofisticado, nem se vestia de forma tão elegante. Com um pouco de sorte, poderia…

– Lauren?

Tinha de escapar. Mas era óbvio que aquele não ia ser o seu dia de sorte.

As portas do elevador fecharam-se, enquanto eles se olhavam no meio de um luxuoso corredor.

– Zack. Que surpresa…

Lauren tentava diminuir a sua perturbação. Zack mudara. Tinham-se formado rugas à volta da sua boca, que a tinham admirado tanto como o olhar vazio dos seu olhos cinzentos… esse olhos que começaram a brilhar de repente.

– Não te conheceria se passasse por ti na rua – disse ele. – Mudaste muito, Lauren.

– O tempo tem dessas coisas – murmurou ela, olhando para o relógio. – Desculpa, tenho de ir…

– Tens tempo para tomar um café?

– Lamento, mas tenho um encontro às onze.

Lauren voltou-se e começou a andar pelo corredor, rezando para que Zack não tomasse a mesma direcção.

Os seus saltos não faziam qualquer barulho sob a carpete espessa, mas os passos do homem também não e ela só se apercebeu de que ele ia atrás dela quando ia abrir uma porta, que exibia uma tabuleta onde se lia Braddock & Black, Advogados.

– Eu abro – disse, sorrindo.

– Obrigada – respondeu Lauren, secamente.

– Que tal achas se tomarmos um café depois de…

– Gostaria que deixasses de me seguir – interrompeu-o ela, dirigindo-se à recepcionista. – Bom dia, sou Lauren Alexander. Tenho um encontro com Tyler Braddock.

– Sente-se, por favor – disse a jovem. – Vou dizer ao doutor Braddock que já chegou.

Lauren voltou-se e o seu coração deu um pulo ao ver que Zack continuava ali. Decidida a ignorá-lo, sentou-se num dos sofás, mas o seu nervosismo aumentou quando ele se sentou ao seu lado. Sentia o cheiro do seu perfume, o que ele usara sempre.

Os seus sentidos ficaram alerta. Teria gostado de se deixar cair nos braços dele.

– Zack… – começou a dizer, descalçando uma luva de pele –. Não temos nada a dizer um ao outro. Por favor, vai-te embora. A não ser que queiras armar uma cena.

– A Lauren que eu conhecia não fazia cenas.

– A Lauren que tu conhecias já não existe – replicou ela, descalçando a outra luva e guardando as duas na elegante carteira preta. – Passaram mais de três anos, Zack. As pessoas mudam.

– Pois – murmurou ele. – Acho que sim. Esquece o café… não seria uma boa ideia.

Lauren esperava que ele se levantasse, mas, em vez de o fazer, Zack traçou as pernas e ficou a olhar para um quadro que estava pendurado na parede. Quando ia protestar de novo, um homem alto e careca com um fato às riscas saiu do gabinete e dirigiu-se a eles.

– Os senhores Alexander? – saudou. Levantaram-se os dois ao mesmo tempo. – Bom dia. Venham comigo, por favor.

Lauren ficou perplexa. O doutor Braddock também queria falar com Zack? O que estaria a acontecer? Os dois juntos, no escritório de um advogado…

Zack queria o divórcio.

A resposta foi um golpe tão violento que quase a fez perder o equilíbrio. Só podia ser isso. Como pudera ter sido tão parva? Zack queria ficar livre e pedira aquela reunião para pedir legalmente o divórcio.

Lauren sentia-se doente enquanto o advogado pegava amavelmente no seu casaco e no casaco de Zack e pendurava-os num cabide atrás da porta. Zack conhecera alguém, apaixonara-se…

E fazia planos para voltar a casar.

Ela sempre soubera, no cantinho secreto do seu coração, que aquilo iria acontecer mais cedo ou mais tarde.

Mas não estava preparada.

Nunca estaria preparada para isso.

 

 

O escritório de Tyler Braddock tinha uma vista fabulosa sobre a baía de Vancouver. Noutra altura, Zack teria feito algum comentário a esse respeito, mas naquele momento apenas reparava na repentina palidez de Lauren.

Sentado em frente à secretária de Braddock, interrogava-se o que faziam os dois juntos no escritório de um advogado.

– Devem interrogar-se porque os mandei chamar – começou o homem a dizer. – Deixem-me explicar-lhes. Um escritório de advogados de Los Angeles contactou-me para tratar de um assunto… digamos, peculiar – prosseguiu, enquanto pegava nuns papéis. – Os senhores eram amigos dos defuntos Mac e Lisa Smith, não eram?

– Os defuntos Mac e Lisa Smith?

– O Mac e a Lisa mo… – começou Zack a dizer, perplexo.

– Não tinham conhecimento? Lamento – desculpou-se o advogado. – O senhor e a senhora Smith morreram num incêndio em sua casa há três meses.

Zack voltou-se na cadeira para olhar para Lauren.

– Tu sabias?

Ela fez um gesto negativo com a cabeça e Zack viu como engolia em seco como se tivesse um nó na garganta. Mas não havia nem uma lágrima nos seus olhos. Uma rapariga forte, pensou Zack amargamente. Nada podia derreter o bloco de gelo que havia no seu coração.

Zack julgava ter superado as emoções que isso lhe provocava, mas apercebia-se agora de que tinha falhado.

Eram o fogo e o gelo.

Ele, o fogo. Ela, o gelo.

Gostaria de ter visto uma pequena fissura quebrar a fria e imperturbável fachada de Lauren.

Gostaria de ter dado murros na mesa.

Gostaria de ter começado a chorar.

Zack levantou-se e dirigiu-se à janela.

Mas não conseguia ver o que estava à sua frente, só via o que tinha ficado para trás.

Mac e Lisa, no passado os seus melhores amigos, tinham-se casado no mesmo Verão que ele e Lauren.

Arabella, a filha de ambos, tinha nascido no mesmo hospital que…

Trémulo, Zack fechou os olhos para evitar as lágrimas. Devia controlar-se.

Contou até dez. Contou até vinte. E virou-se.

– E a filha deles? – perguntou Zack. – Ela também…?

– É por essa razão que lhes pedi que viessem aqui – disse Braddock, indicando-lhe que se sentasse. – Não aconteceu nada à menina, porque na noite do incêndio estava a dormir na casa de uma colega da escola.

– Graças a Deus! – exclamou Zack sentindo as palavras que proferia.

– Desde a morte dos pais que vive com o parente mais próximo… – o homem voltou a consultar os papéis. – Sim, a sua tia Dolly Smith.

– A Dolly? – repetiu Zack, incrédulo.

– Conhece-a?

– Se conheço! A Dolly é uma velha bruxa que…

– Doutor Braddock – interrompeu-o Lauren. – A notícia da morte de Mac e de Lisa Smith é… horrível, mas não percebo porque me pediu para vir a esta reunião. Há anos que não tenho qualquer relação com essa família.

– Vou chegar aí, senhora Alexander. Estão aqui por causa do testamento – disse o advogado, tirando os óculos. – Foi encontrado há poucos dias num cofre de um banco de Vancouver.

– O Mac e a Lisa viveram aqui muitos anos antes de irem viver para a Califórnia – interveio Zack. – Imagino que estamos aqui porque o Mac e a Lisa nos deixaram em testamento alguma recordação.

– Uma recordação? – sorriu o advogado. – Bem, podemos chamar-lhe assim. Uma pequena recordação. Sim, tem graça – riu Braddock, como se se tratasse de uma piada privada.

– Doutor Braddock… – disse Lauren, consultando o relógio de pulso.

– Sim, desculpe-me – disse o homem. – Vou ler-lhes o parágrafo que lhes diz respeito: «Nós, Mac e Lisa Smith, declaramos pela presente, que, em caso de morte dos dois, a guarda e custódia da nossa filha Arabella deverá ser entregue aos nossos queridos amigos Zack e Lauren Alexander».

Por uns instantes, Zack pensou ter ouvido mal. Quando se apercebeu de que ouvira bem, sentiu-se entontecer.

As circunstâncias da vida tinham-no levado a perder o contacto com Mac e com Lisa, mas nunca deixara de sentir carinho por eles. Naquele momento, depois da trágica notícia, a única coisa que importava era Arabella.

Num canto do seu coração, um canto que julgava ter morrido, renasceu a esperança.

Zack voltou-se para Lauren com um débil sorriso nos lábios. Um sorriso que desapareceu ao ver a expressão gelada dela.

– Doutor Braddock, esse testamento foi escrito há oito anos – disse Lauren, apertando a carteira com força. – Quando eu e o Zack estávamos casados…

– Continuamos casados, Lauren – interveio Zack.

– Só no papel! Estamos há mais de três anos separados. Quando me apercebi de que vínhamos para a mesma reunião, cheguei a pensar que querias pedir o divórcio – corrigiu ela. – De todas as formas, na minha vida não há lugar para um filho – acrescentou, levantando-se. – Se decidires aceitar a custódia da Arabella, terás de o fazer sozinho.

Zack levantou-se, mas, quando Lauren pegou no casaco e saiu do escritório, não a seguiu.

Ela dissera que na sua vida não havia lugar para um filho.

Poderia ter dito que na sua vida não havia lugar para o amor, porque isso fora o que na realidade tinha querido dizer.

Zack interrogava-se porque tinha permitido, por um só instante que fosse, que dentro dele renascesse a esperança. Porque tinha pensado, por um instante que fosse, que poderia aquecer o coração gelado de Lauren.

A porta fechou-se atrás dela e Tyler Braddock aclarou a voz.

– Senhor Alexander?

Zack voltou-se com um gesto de desculpa.

– Doutor Braddock, tem de entender…

– Eu entendo, eu entendo – apressou-se o homem a dizer. – Nesta situação, é difícil para si e para a sua… esposa partilhar a custódia da Arabella Smith. E percebi, pela atitude da senhora Alexander, que ela não gosta de crianças.

– Está enganado – disse Zack, sentindo-se dominado pelos sentimentos. – Ela adora crianças.

– Então, porque…?

– Tivemos uma filha, doutor Braddock. Morreu quando tinha quatro anos e a minha mulher nunca conseguiu recuperar-se.