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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2004 Leanne Banks

© 2019 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Entre o dever e o desejo, n.º 648 - novembro 2019

Título original: Between Duty and Desire

Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-1328-598-6

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Créditos

Prólogo

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Capítulo Treze

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Prólogo

 

 

 

 

 

«Na Guerra, ganhas ou perdes, vives ou morres… e a diferença é um pestanejar».

General Douglas MacArthur

 

A lua brilhava sobre o deserto, reflectindo-se na areia. Como sempre, o sargento Rob Newton falava da sua mulher, Callie. O capitão Brock Armstrong sorriu, enquanto faziam a sua habitual patrulha. Rob amava loucamente a sua mulher, pensou, enquanto olhava em volta para comprovar que tudo estava em segurança. Embora estivesse descontraído, nunca deixava de ter cuidado.

Rob ria nesse momento…

Uma explosão ecoou na noite. Brock sentiu o impacto ao mesmo tempo que ouviu o seu camarada gritar: Callie! Callie!

A carne ardia-lhe e a dor era tão forte que não conseguia falar. O tempo passava com uma lentidão aterrorizante. As imagens transformavam-se em borrões. Não conseguia ver do olho direito. Tentou mover-se, sentiu que o erguiam e ouviu o ruído da hélice de um helicóptero. Iam ajudá-lo.

– Callie – ouviu Rob dizer.

Brock conseguiu voltar a cabeça.

– Estás bem?

– Não a deixes ficar sozinha – murmurou Rob, desesperado. – Não a deixes transformar-se numa eremita. Não deixes que…

– Tem de acalmar-se – interrompeu-os outra voz. – Um médico? – perguntou Brock, sentindo que começava a perder a consciência.

– Tem de guardar as energias.

Em seguida, ficou tudo negro.

 

 

Brock acordou coberto de suor. Abriu os olhos, mas a escuridão abatia-se sobre ele. Estendeu a mão para acender a luz e sentou-se na cama, arfando como se tivesse corrido uma maratona. Embora a ferida já se tivesse curado há algum tempo, passou a mão instintivamente pelo olho direito. Naquela noite, não via nada daquele olho porque o sangue que escorria pela sua cabeça se transformara numa cascata…

Depois de meses de terapia, continuava a coxear. Talvez ficasse a coxear para sempre. Mas isso não evitaria que continuasse a correr todos os dias. Nada mudaria na sua vida… excepto continuar no corpo de fuzileiros. Sempre soubera que não iria continuar no activo para sempre, mas não esperava ter de retirar-se tão cedo.

Brock passou a mão pelo cabelo. Devia cortá-lo. Ou não, pensou. Já não tinha de obedecer a ordens.

Olhou em volta e sentiu-se inquieto. Já estava há muito tempo no centro de reabilitação. Estava pronto para se ir embora, para deixar a tragédia para trás. Sentia-se mais forte a cada dia que passava e não perdera a força de vontade.

Estava farto de falar de si mesmo durante as sessões com o psiquiatra…

Suspirando, saltou da cama e aproximou-se da janela. Tentando esquadrinhar a escuridão, lembrou-se da última noite em que tinha visto Rob Newton com vida. A mina anti-pessoal levara a vida de Rob, mas respeitara a sua. Continuava sem perceber porquê, embora se questionasse sobre isso a cada cinco minutos.

O psiquiatra dissera-lhe que tinha um trauma designado como «sentimento de culpa do sobrevivente» e que demoraria algum tempo a passar.

Brock engoliu em seco.

– Obrigado por nada – murmurou.

Os gritos de Rob repetiam-se na sua cabeça e fechou os olhos para controlar a sensação de enjoo… Talvez nunca lhe passasse. Talvez nunca voltasse a sentir-se em paz consigo mesmo. Estar ali, no centro de reabilitação, não resolveria nada. Poderia terminar a terapia sozinho.

Tinha de encontrar uma forma de viver consigo próprio, uma forma de compensar aquele sentimento de culpa. Missão impossível, pensou. Que podia fazer por um homem morto?

Então, pensou na viúva. Talvez só cumprindo o que Rob lhe pedira antes de morrer pudesse viver em paz consigo mesmo.